Cupom de Desconto
Quem postou : Karol Hoffmann quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Lá em São Paulo, o executivo de compras Luiz Humberto Sanches Farias, 23, o Tokinho, foi de bicicleta pedir a namorada em casamento, acompanhado por mais de 400 parceiros de pedal. Tokinho participa há oito meses da bicicletada realizada na capital paulista às sextas-feiras. No dia 28 de novembro, o executivo pediu aos colegas que o acompanhassem até um bar, onde a família e a namorada, a administradora de empresas Patrícia Simões, 31, o aguardavam sem saber de nada. Na presença de todos, Tokinho pediria a mão de Patrícia. O pessoal topou e o evento, que ficou conhecido como a Bicicletada da União, rendeu uma boa reportagem da Revista Época — enviada para este que vos escreve por Fabio Lazzarotto — e um inevitável vídeo publicado no YouTube (confira abaixo).
Tokinho compareceu à bicicletada de smoking e buquê de flores na mão. Patrícia, que nunca andou numa magrela, disse sim, com lágrimas nos olhos. E mais: prometeu que vai comprar uma bike para acompanhar o noivo ciclista. "Eu não sabia que vocês eram tão lindos", disse Patrícia, para o grupo, de acordo com reportagem de Jeanne Calegari no site Época SP. "E eu quero aprender a andar de bicicleta".

O que é mais romântico?

Eu me pergunto o que é mais romântico nessa história: a iniciativa do noivo ou a promessa de Patrícia de aprender a andar de bike? Sem dúvida, ela vai conseguir, mas é que não conheço ninguém que tenha se animado a subir pela primeira vez numa bicicleta depois de adulto. É uma experiência típica da infância. Por analogia, quem teve paciência e tempo para se iniciar no jogo de xadrez depois de crescido? Às vezes, vejo a gurizada fazendo piruetas incríveis com o skate e fico cheio de vontade de estar sobre aquela pequena prancha. Mas fico só na vontade. Desisto da idéia diante do medo do tombo — e seriam muitos, certamente — e suas conseqüências.
Quando a humanidade conheceu o velocípede, em meados do Século 19, foram os adultos que enfrentaram o desafio de dominar a novidade. Não havia modelos para crianças, muito menos com rodinhas auxiliares. Na época, os fabricantes de velocípedes Wood Brothers, estabelecidos em Bridgeport, Connecticut, Estados Unidos, montaram um ginásio para que seus clientes ensaiassem as primeiras pedaladas e sofressem tombos sem o testemunho de amigos. A experiência era tão inusitada que chegava a ser tema de reportagens de jornais e revistas, como ocorreu na edição do dia 13 de fevereiro de 1869 da Harper’s Weekly. O repórter descreve o próprio aprendizado: “Você bate a cabeça, esmaga os pés e cobre a si mesmo de pó e de transpiração. Você poderia ficar desencorajado, mas aqui toda sua coragem nativa vem em seu socorro. Desistir? Não! Você irá quebrar seu pescoço primeiro. Você se equilibra da melhor maneira possível, reúne as forças que lhe restam e tenta uma pedalada desesperada. Dá uma sucessão de pedaladas e realmente consegue percorrer uma pequena distância. Pegou o jeito agora. Sua coragem cresce. Você é um velocipedista. Logo estará olhando para os amadores com desprezo, pensando como eles podem ser tão desajeitados.” Patrícia, a noiva, vai chegar lá. Afinal, o que a gente não faz por amor?

Fonte: Pedivela

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